A audiência pública proposta pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) da minuta que propõe a alteração da Resolução CNE/CES nº 10, de 16 de dezembro de 2004, terminou em 31 de maio. A norma institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Ciências Contábeis, bacharelado, e guia as Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras. O Instituto dos Contadores do Brasil (ICBR) tem acompanhado o processo a atualização do currículo de ensino das IESs, principalmente acompanhando as ações da ANPCONT - Associação de Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, cujo presidente, professor-doutor Edilson Paulo, que também é um dos Conselheiros Notáveis do Instituto.

O CFC reuniu sugestões de profissionais, de acadêmicos e de estudantes de todo o país. A partir das contribuições, que serão analisadas pela Comissão de Educação da autarquia, que está à frente do assunto, o objetivo é construir uma proposta de mudança para o normativo e apresentar ao Ministério da Educação (MEC) ainda no primeiro semestre de 2022. A Comissão é coordenada por Maria Clara Cavalcante Bugarim, ex-presidente do CFC e presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis, além de professora titular da Universidade de Fortaleza.

O ICBR pretende participar mais ativamente das próximas fases da construção da proposta, uma vez que a entidade conta com um Conselho de Notáveis, que tem em seus membros professores-doutores, cuja atuação acadêmica e profissional são referências do pensamento da contabilidade brasileira, como Sérgio de Iudícibus, Eliseu Martins, José Carlos Marion, Ilse Maria Beuren e Marcia Martins Mendes De Luca, além do próprio professor Edilson Paulo.

O presidente da Diretoria Executiva do ICBR, André Luis de Moura Pires, destaca que a revisão e atualização periódica das diretrizes curriculares dos cursos são importantes para atender à necessidade do mercado de trabalho, que necessita de profissional cada vez mais bem preparados para atender, não somente nas questões técnica da contabilidade, mas também a revolução tecnológica que temos vivido. “É preciso capacitar, da melhor forma possível, o estudante para que o mercado receba profissionais melhores e antenados com as tecnologias”, ressaltou.

Um dos pontos levantados pela ANPCONT na Consulta pública foi a questão da necessidade de as novas diretrizes estarem alinhadas com as normativas do IFAC, pois o contador formado nas instituições de ensino brasileiras não atua apenas no mercado nacional, seu trabalho atende a vários países do mundo. Além disso, há preocupação com as questões sobre a obrigatoriedade Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e do estágio. Tudo será, agora, discutido pela Comissão para se chegar à proposta final que o CFC encaminhará para o MEC. Pelas sugestões atuais, as instituições de ensino têm opção de adotarem o TCC e a obrigatoriedade em cobrar o estágio supervisionado dos alunos.

Aderbal Hoppe, membro do Conselho de Administração do ICBR, destaca que é necessário que as Instituições de Ensino, além de proporcionar uma qualidade nos ensinamentos, possam incentivar os alunos de Ciências Contábeis a um hábito maior na questão da leitura e o estudo fora da sala de aula. Para ele, as diretrizes devem estimular essas competências e habilidades, pois os futuros profissionais além de conhecerem as normas de contabilidade, de auditoria, entre outras, precisam fundamentalmente entende-las para aplica-las de forma correta e coerente.

 

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